O Diário de uma louca

07 de janeiro de 2011. 21 horas.

Que forma estranha essa de se começar um livro. Talvez eu queira fugir da forma clichê que sempre é usada: “O sol está brilhando”, “Fim de tarde”, “O inverno apareceu como um ladrão que rouba flores”. Não sei o que é pior, se a forma idiota como estes autores sempre usam a sua “criatividade” ou o jeito mesquinho com que as pessoas se contentam com a mesma história, escrita em letras diferentes. O que é mais engraçado em tudo isso, é que eu tô tentando escrever essa história, descrevendo a história de uma outra vida. Vocês sabem como é, tipo a refilmagem de um filme muito antigo. Enfim, vamos começar a história pelo começo, porque não tem como ser começo se começarmos pelo fim.
Outono. Fim de tarde. O sol naquelas condições. Pássaros migrando para o norte (eu acho). Hora perfeita para a paquera, se não fosse, é claro, a falta de homens nessa cidade de “oportunidades”. Depois de alguns anos, eu não poderia deixar de herdar o humor seco da família. Ou melhor dizendo, o humor seco da própria cidade. Aqui você encontra de tudo: “fanáticas por vampiros, adoradoras de lobisomens, caçadoras de ET’s, vagabunda em cada esquina”, é uma lista muita extensa, mas não infinita. O último grupo a se encontrar é: “mulheres desesperadas em busca de namorado”. E pelo que vocês já devem ter percebido, eu estou dentro dessa SEITA. Tentamos criar uma forma diferente de socialização, que inclui “a dança do acasalamento, macumba ou torturar algum santinho por aí”. Enfim, esses não são os motivos que me levaram a escrever essa história.
O que realmente me motivou a fazer essa empreitada foram os últimos livros que andei lendo. É uma lista vasta de histórias e uma forma suja de se fazer a vida. Escrevemos pra satisfazer desejos ou sonhos. Vivemos para realizar o que os outros querem da gente. Então, eu pensei, porque não? Possuo a mesma capacidade, só não tenho os mesmos neurônios. Vou arriscar. E aqui estou. Só tem um probleminha. Eu não tive nenhum “sonho encantado” como Stephenie Meyer, não visitei lugares “maravilhosos” como Paulo Coelho, não tenho 13 anos como Anne Frank (que começou a escrever com essa idade), não tive grandes paixões ou amores como "Diário de uma paixão", não perdi ninguém “extremamente” essencial na minha vida como o cachorro de "Sempre ao seu Lado", nunca entrei em depressão, não tenho nenhum dom para escrita, não terminei nem ao menos de fazer faculdade e nunca fui beijada como Drew Barrymore no filme "Nunca Fui beijada".
Enfim, será que você entendeu o ponto em questão? Eu não tenho histórias, não tenho dinheiro e o pior, não tenho namorado.  Então, eu fico aqui e você vai aí.

Até o nosso próximo encontro.
Assina: Eu, a louca do diário.

Comentários

Anônimo disse…
ei, louca do diário, eu quero viajar nessa lombra tbm!!!!
acho q me identifiquei!!!!

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