E foi nestas tantas idas e vindas que entendi, afinal, o sentido da dor, pelo menos para mim. Algumas pessoas estão destinadas a sofrer, outras a sofrer e superar, e outras, não obstante a tudo isso, enfrentam e superam sempre as mais altas dificuldades. Talvez, assim como eu, você esteja destinada a viver na fossa... Sofrendo dia-após-dia. Mas tá aí minha benção e maldição: dependo disso para permanecer viva. Escrever se tornou além de passa tempo favorito, meu sossego, minha calma, minha paz. É escrevendo que consigo me aproximar de mim. Descubro sentimentos, encontro decepções, abandono sonhos. Dou-me ao luxo de amar e se me permitem assim dizer (ou inventar): desamar algumas dúzias de homens.
Superação.
Eu fico a imaginar aqueles dias, momentos insanos de um descontentamento constante, onde a saudade era a única palavra do dicionário, qualquer tempo nunca era o suficiente para ouvir a tua voz. Ainda lembro. Lembro sim! Não tem como apagar da memória as vezes em que o coração falou mais alto, em que as inaptidões da junventude me levaram cedo demais a desabrochar o coração. Mas determinadas coisas são importantes demais para se deixar para a próxima oportunidade. Um coração quebrado ensina para a vida, você sente nos pés a inquietude da solidão. É chegado o momento de finalmente se reencontrar, conhecer os seus reais anseios, os segredos por trás das insatisfações, compreender a direção dos pensamentos, as possibilidades do desejo. É o momento de se reinventar, criar o seu próprio caminho, enxergar as suas limitações, vencer os medos.

Comentários