Certa ideia surgiu na minha mente. Quer dizer, um fato que sempre acompanhou meus textos: sempre começo a escrever repentinamente do nada. Já me perguntaram de onde tiro inspiração para escrever, disse que escrever é questão de sentir. Mas escrever é questão sua, de você. Assim como as minhas inspirações repentinas, também começo a escrever coisas que não deveriam, sigo a sequência errada do texto, das ideias... Pulo palavras, sentimentos, esqueço pontos importantes e me concentro em outros totalmente atípicos. Enfim, não é do meu interesse falar dos meus textos. Quero falar do texto dos outros. E não apenas dos textos, mas das fotos, quadros e esculturas também. Estava aqui do nada, em uma noite de sexta, bebendo coca-cola em uma tarça de pés longos (se é que chamam assim) – ultimamente desenvolvi essa estranha necessidade de beber coca com gelo e limão – enfim, quando dava a última golada, percebi que a forma como os gelos se colocavam no final do copo e a forma que o limão estava estacionado no meio deles, lembravam-me e muito, um quadro famoso. Agora me pergunto: qual quadro? Nenhum. Só achei aquela cena inebriante. E é isso o que os artistas fazem, mastigam a realidade e transformam as coisas nunca antes observadas por nós... Dando-nos a impressão que aquilo é inovador, sem de fato o ser. O óbvio precisa ser dito ou mostrado, sempre.
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Sempre em frente
Des-mascara-lização.
Ela levantou do chão e prometeu a si mesma que nunca mais deixaria que a despedaçassem daquele jeito. E seguiu em frente, com a cabeça erguida, passo após passo, erro após erro, plano após plano. De inicio estava só, trancada, fechada por fora, mas depois ela se abriu, se arregassou para a vida, para o mundo, para si. Ela se conheceu pela primeira vez e gostou de saber quem era. Uma garota cheia de defeitos, que ama, chora, aprende, erra, sonha. Uma garota como todas as outras que quer ser feliz.
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