Viver...

Eu pensava na vida e via como ela era mesquinha, pequena, fútil. Não que a vida seja mesquinha, lógico. Mas os adjetivos a ela dados por nós o são. Do que adianta o homem trabalhar dia e noite, ter dinheiro, fama e não entender de fato o que é felicidade, o que de fato é viver? Viver além de existir é fazer, é cativar, construir vínculos, fazer amigos, errar, arrepender-se, depois errar de novo e querer ser perdoado. Viver é se apaixonar sem nem ao menos conhecer a pessoa, é amar conhecendo os seus defeitos, é esquecer pra não lembrar mais dela. Viver é ter sonhos, arriscar-se, fazer loucuras, arrepender-se delas, depois fazê-las novamente e não mais se arrepender. Viver é crescer com o mundo, crescer com os sonhos, crescer com a verdade, crescer fisicamente. Viver é decepcionar, ser decepcionado, matar sentimentos, guardar mágoas e não ter medo de arriscar. Viver é ter amigos, acreditar nos amigos, confiar nos amigos, conhecer de verdade o amigo. Viver também é se enganar, é pensar que conhecia sem conhecer, é ser amado sem amar. Viver é pecar, é lutar, é fugir, é gostar do pecado e se arrepender de ter pecado. Viver é acreditar, ter fé, é ter em quem confiar e se sentir amado, é acreditar que o amanhã não é vazio, é ter a certeza que as coincidências são propósitos já definidos para as nossas vidas. Viver é ver além das circunstâncias que se apresentam na nossa frente, é não ficar o tempo todo esperando pelo outro, é fazer antes de querer, é ensinar antes de exigir. Viver é cair, chorar, sofrer, sentir, é acreditar em si mesmo e fazer de tudo pra ser feliz, sem exigir que os outros sejam iguais a você, sem querer que a vida seja perfeita, porque nada é perfeito e também porque a perfeição cansa.

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